Após rebelião, governo procura corpos em fossa de presídio do RN

PM entrou em Alcaçuz e presos desceram dos telhados (Foto: Andrea Tavares/G1)
PM entrou em Alcaçuz e presos desceram dos telhados (Foto: Andrea Tavares/G1)
Após a rebelião na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, o governo procura corpos dentro da fossa da unidade prisional. Um carro da Companhia de Águas e Esgotos do RN (Caern) chegou ao local por volta das 11h desta segunda-feira (16) para esvaziar a fossa. A busca por corpos será feita pelo Corpo de Bombeiros, segundo a Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc).
A rebelião durou pouco mais de 14 horas, terminou na manhã de domingo (15) e deixou 26 mortos, mas o governo informou que existe a suspeita de que haja mais corpos dentro da fossa da unidade prisional.
Os presos amanheceram a segunda-feira em cima dos telhados dos pavilhões com paus, pedras e facas nas mãos, além de bandeiras com as siglas de facções criminosas. A Sejuc nega que a rebelião tenha sido retomada, mas diz que a situação é tensa dentro da unidade. Por volta das 11h50 a Polícia Militar entrou na área dos pavilhões e os detentos desceram dos telhados.
A assessoria da Sejuc informou que a busca de corpos nas fossas será feita pelos bombeiros quando houver segurança para os profissionais. Até a publicação desta matéria os presos continuavam em cima dos telhados e a Polícia Militar não estava dentro da área dos pavilhões.
Uma revista para buscar possíveis armas estava marcada para o início da manhã desta segunda-feira (16), mas um motim no Presídio Raimundo Nonato fez com que o Grupo de Operações Especiais (GOE) se deslocasse para aquela unidade e atrasou o início da revista em Alcaçuz.
Rebelião
Com 26 mortos, a rebelião na Penitenciária de Alcaçuz foi a mais violenta da história do Rio Grande do Norte.

O motim começou com uma briga entre presos dos pavilhões 4 e 5 por volta das 17h de sábado (14). De acordo com a presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Vilma Batista, homens em um carro se aproximaram do presídio antes da rebelião e jogaram armas por sobre o muro.
Segundo o governo, a briga estava restrita aos dois pavilhões. O pavilhão 5 é o presídio Rogério Coutinho Madruga, que fica anexo a Alcaçuz. Presos de facções criminosas diferentes ficam separados nas unidades.
De acordo com a Sejuc, os próprios presos desligaram a energia do local e, com isso, os bloqueadores de celulares deixaram de funcionar. Durante a madrugada, foram ouvidos tiros dentro da prisão e muita fumaça era vista no local.
Na manhã deste domingo, militares do Bope e do Choque, além do Grupo de Operações Especiais formado por agentes penitenciários, entraram em Alcaçuz com veículo blindado, vans e carros para acabar com rebelião. Ela foi controlada por volta das 7h20, mais de 14 horas depois do início.
Alcaçuz fica em Nísia Floresta, cidade da Grande Natal, e é o maior presídio do estado. A penitenciária possui capacidade para 620 detentos, mas abriga cerca de 1.150, segundo a Sejuc, órgão responsável pelo sistema prisional do RN.Do G1 RN

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