Fim da reeleição ganha corpo na votação da reforma política

Diógenes Dantas, Fonte:Nominuto

Eu estava enganado. Ontem (27) eu cheguei a dizer que não acreditava que a proposta do fim da reeleição seria aprovada pelos deputados na chamada reforma política.
Para minha surpresa, a emenda constitucional foi aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados por ampla margem de votos: Houve 452 votos favoráveis, 19 contrários e uma abstenção.
Nenhuma bancada orientou os deputados a votarem contra a proposta. A ideia juntou gregos e troianos, petistas e tucanos.
Até o PSDB, que criou a regra no passado para favorecer FHC, votou em peso pelo fim da reeleição.
A nova regra não alcança os atuais prefeitos e governadores. Eles poderão se candidatar à reeleição, se a lei permitir.
O texto ainda precisa ser votado mais uma vez na Câmara, e precisa passar por duas votações no plenário do Senado para entrar em vigor.
Derrotado anteontem nas votações do distritão e do financiamento misto de campanha (público e privado), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quebrou um acordo feito para aprovar outra emenda que permite o financiamento de empresa aos partidos políticos. A doação privada não vale para candidatos, só para as legendas.
A regra rejeitada anteontem era mais ampla, permitindo doações para partidos e candidatos.
A manobra de Cunha é mais uma demonstração do poder que o parlamentar exerce na maioria das bancadas que compõem a Câmara dos Deputados na atual legislatura. Se precisar, Cunha vende a mãe para fazer valer seus interesses no parlamento. 

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